quarta-feira, 18 de março de 2015
"Mostruário" foi o título de duas exposições realizadas na Galeria Celina Bracher no Espaço Cultural Bernardo Mascarenhas, em Juiz de Fora, e no Espaço Cultural da Universidade federal de Minas Gerais em Belo Horizonte. Uma época de afirmações e dúvidas: a arte figurativa ainda teria espaço? Eu torcia para que sim!
O "Ateliê Janice Lopes" foi um espaço cultural situado na Galeria Shopping Rio Branco, Centro de Juiz de Fora, que atuou na década de 1990 como galeria de arte e ateliê onde eram oferecidos cursos de artes plásticas. Realizou várias exposições destre as quais a minha "Modernos Dinossauros IV" em 1998, com desenhos e pinturas
segunda-feira, 9 de março de 2015
"Celebration" é o título de uma música do grupo Kool and the gang que fala logo no início: "celebrate good times, come on!". Nesta exposição de 2005 eu tomei memprestado o título deste hit dos anos 70, e quis celebrar a liberdade na pintura, tangenciando a história, a cultura pop e os próprios limites da arte figurativa, e ao mesmo tempo uma afirmação desta arte que me representa. Contudo, mantenho as portas sempre abertas a novas "celebrações"!
domingo, 8 de março de 2015
A música "Whiter shade of pale" do grupo Procol Harum era a trilha sonora da história "lições de vida" do diretor Martin Scorcese no filme "Contos de Nova York" de 1989. Um imenso ateliê é o cenário da história de um artista plástico em Nova York onde a música do Procol Harum toca o tempo todo. Já meu ateliê é mais modesto; pequenino, na parte central de Juiz de Fora, mas aqui também sempre tem música! E, de vez em quando, um pouco de arte.
Certa vez um amigo me disse que uma vez que o trabalho artístico é colocado em exposição, o artista perderia sua posse, passando a ser de domínio público; mas isto não se refere aos direitos autorais ou coisa semelhante, e sim como um compromisso conceitual entre o artista, sua obra e o público. Isto significaria que uma vez colocada a público a obra não poderia mais ser modificada. Concordo em parte, porque realmente há o momento em que qualquer obra artística (ou não) precisa ser efetivamente concluída, pois qualquer idéia posterior deveria ser aplicada numa nova obra. Mas ha momentos em que o desasossego ante uma obra que parece pedir mais fala mais alto; aí acabo por trangredir a regra. O resultado traz um quê de saudade da imagem modificada, e também a sensação de um desejo satisfeito. "Oh bruta flor do querer", já dizia Caetano Veloso! Na foto a obra "Modernos Dinossauros XIX", acrílica s/tela, na primeira versão de 1996 e a modificação de 1999. Será que valeu? A filipeta que trazia a obra impressa integrava a "Agenda Bom Programa" que nos anos 90 circulava em Juiz de Fora divulgando exposições, peças de teatro, cursos e outras atividades culturais.
sexta-feira, 6 de março de 2015
Alguns aficcionados por seus automóveis gostam de tê-los retratados em pinturas, sejam carros antigos ou nem tanto. Ás vezes são lembranças afetivas de carros dos pais, avós ou deles mesmos, seu primeiro carro ou daquele que gostariam de ter. Já fiz muitos desses para mim! Como disse o psiquiatra Bernardo Blay em 1967: "uma situação que envolvesse a impossibilidade de possuir este ou aquele automóvel apenas modificaria a maneira de amar o carro, que pode assumir um caráter participante ou platônico conforme as circunstâncias. Assim, possuindo de fato o carro ou recortando-o da capa de uma revista (ou tendo-o representado numa pintura ou desenho), a essência do prazer é o mesmo". Será? O carro branco é um Puma GTB, acrílica s/tela, 2003; o Simca Chambord cinza e branco é óleo s/tela, 2010; O Maverick roxo ainda em produção no cavalete é acrílica s/tela, 2004; o conjunto de carros é acrílica s/tela, 2002 e o Cadillac conversível azul no ferro velho é acrílica s/tela, 2004. Desejos sobre rodas já realizados ou por realizar, em pinturas.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Os ferros velhos são o domínio do silêncio. Não apenas a falta de sons, mas desvãos temporais que parecem emanar dos velhos automóveis, as vezes meras carcaças enferrujadas, que resistem ao poder destruidor do tempo. Patrimônios derradeiros da aspiração humana de viajar no sentido inverso da morte, aonde nada foi consumado e depois do qual tudo estará perdido. Ali não é possível contar histórias com começo, meio e fim, pois restarão apenas indícios, vestígios e fragmentos. Tento captar nas minhas pinturas e desenhos o silêncio ruidoso e áspero das ruínas da civilização moderna. Pintura " Modernos Dinossauros CXIX", óleo s/tela, 100 x 100cm, 2013.
As fachadas antigas cariocas me tocam porque relembram meu pai. Ele era vendedor e tinha inúmeros fregueses no Centro antigo do Rio nas décadas de 1970 e 80. As vezes ia junto e ficava fascinado com aqueles casarões centenários perfilados como se quisessem falar; e falavam sobre sua época e as pessoas que os construíram, e eu estava começando a ouvi-los. Enquanto meu pai vendia, eu andava pelos salões e escadas dos caserões; os fregueses deviam me achar bem enxerido!
"Num lugar qualquer do Centro antigo do Rio de Janeiro velhos casarões ainda permitem vicejar a História, enquanto dois Fuscas aguardam o desfecho do dia. Um meio têrmo entre a transcendencia da eternidade e a imanencia do cotidiano". A dicotomia moderna no quadro "Modernos Dinossauros CXXII, óleo s/tela, 80 x 120cm, 2015.
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